Giro pelo mundoMinha experiência em Amsterdam: canais, tulipas, bicicletas e um idioma para aprender

maio 3, 2018por Cristiane2

Em uma manhã de abril, levantei, tomei banho, tomei meu café da manhã e saí em direção ao centro de Amsterdam. Naquele dia, iria encontrar minha nova escola de idiomas. Nela, passaria duas semanas totalmente imersa na tentativa de aprender uma nova língua, o holandês.

Isso porque, por já conviver com a cultura holandesa há nove anos, entendi que não havia mais o que esperar para começar a compreender, mesmo que um pouquinho, os muitos sons fortes de “Rá Rá Rá Rá” que eu ouvia quando estava com os holandeses.

É válido ressaltar que, na Holanda, todo mundo fala inglês, desde o motorista de ônibus até altos executivos de empresas. Talvez isso faça com com que a gente se acomode e, assim, deixemos a língua mãe de lado.

Escola de holandês em Amsterdam: percepções

Fui a primeira a chegar na escola e pude escolher um lugar próximo à porta do jardim. Por meio dela, conseguia ver uma natureza linda, um canal com seus barquinhos e pássaros e o sol, que tocava minha pele e aquecia meu coração.

Sim! Eu estava em Amsterdam na primavera, em uma semana quente, com temperaturas entre 20ºC e 24ºC. Isso é considerado calor na Holanda. Na verdade, um verdadeiro verão (risos). E, acredite: depois de algum tempo vivendo em um país frio, você também começa a achar essa temperatura um máximo, muito quente. Nunca imaginei que eu fosse falar isso um dia na minha vida.

Por isso que digo que tudo é realmente uma questão de ponto de vista.

Como era a minha classe de holandês

Além de mim, havia mais sete pessoas na classe. Quase todas de lugares diferentes do mundo. Inclusive, uma de minhas colegas era do sul do Brasil.

Minha inusitada e eclética classe era composta por: um colega do Japão, enfermeiro do Médicos sem Fronteiras em busca de aprender o que o país oferece de melhor em saúde, uma italiana, também enfermeira do Programa e recém-chegada a Amsterdam após alguns anos de trabalho na África, uma alemã, jovem e muito entusiasmada para trabalhar como DJ em um dos países que consagra importantes nomes desse estilo musical, uma australiana, que se apaixonou por Amsterdam em suas férias, decidiu tirar um período sabático e ficar por lá três meses, um espanhol, que vive com a família lá há cinco anos e uma canadense, que chegou à cidade a trabalho, apaixonou-se por um holandês e por lá ficou.

Me dei ao trabalho de descrever um pouco sobre meus colegas para que vocês vejam a riqueza multicultural que tínhamos naquela pequena sala. Pude conviver com essa diversidade de pessoas por duas semanas. Foi uma experiência muito rica.

O interessante é que, todos, naquele momento, estavam em busca de um único objetivo: começar a falar holandês, uma língua germânica bastante diferente.

Minhas maiores dificuldades em Amsterdam

Certamente, a primeira semana foi bem difícil. Imagine chegar a um lugar e não entender uma palavra que está sendo dita. E pior: buscar nos seus registros mentais algo que se assemelhe a essa língua e não encontrar. Foi exatamente isso que eu vivi naquela primeira semana em Amsterdam.

Confesso que isso gerou sentimentos diversos em mim. Dentre eles, estavam a frustração, o medo e o  pensamento frequente de “não vou conseguir”.

Contudo, ao mesmo tempo, era motivador estar com aqueles professores, que faziam o seu melhor para facilitar a nossa aprendizagem, suprindo diferentes necessidades, tentando entender os “acentos” de cada um de nós.

Além disso, ter colegas tão interessantes por perto, somado à minha característica pessoal de não desistir, foi o que me levou a continuar para ver até onde eu conseguiria chegar.

Todos os dias vivi uma nova experiência naquela classe, troquei percepções e conheci um pouquinho mais de cada um.

Assim, fui percebendo que começava a sair do zero. Foi só na segunda semana que aquele monte de “Rá Rá Rá” começou a tomar a forma de palavras em meus ouvidos. Ufa! Foi um alívio porque, ali, percebi que, apesar de muito difícil, era possível.

Como consegui aprender holandês

Com toda a certeza, todo processo de aprendizagem exige esforço da gente. Assim como exige sair da zona de conforto, fazer diferente, experimentar o novo.

A frustração é um componente vivo e natural nessa jornada. No entanto, quando ela é acolhida pelo sentimento de autoconfiança, fornece vontade e determinação. Além disso, não lhe deixa desistir de alcançar o seu objetivo.

Aprender é algo que faz parte do ser humano. Sem isso, não conseguimos evoluir e crescer. Nós só crescemos e nos desenvolvemos quando aprendemos algo novo, bem como quando acrescentamos algo à nossa experiência. Caso contrário, estamos fadados a estagnar e não evoluir.

Essas duas semanas me proporcionaram muito aprendizado e amadurecimento. Afinal, foi uma experiência que transcendeu as portas daquela escola de idiomas passando pelos lindos e românticos canais de Amsterdam, pela culinária holandesa com seus croquetes, bitterballen, patat met, pelos tradicionais queijos, bicicletas, tulipas, por aquele povo alto, dentro de um país tão pequeno, amistoso, alegre, simples, prático e muito direto.

E o holandês?

Você deve estar se perguntando: “será que ela conseguiu aprender holandês?”.

Eu digo que consegui começar a aprender holandês. Saí do zero com muito esforço e dedicação. Sem dúvida, fiquei feliz com o meu resultado. No entanto, agora preciso continuar investindo no meu processo de aprendizagem.

Tot ziens!! Dag Dag!!

2 comentários

  • Vanessa

    maio 3, 2018 at 20:24

    Orgulho dessa dedicação!!! Parabéns, Cris! Como sempre nos ensinando as diferentes nuances de um ponto de vista! ?

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    • Cristiane

      maio 4, 2018 at 10:01

      Obrigada Van! Fico muito feliz em poder proporcionar algo de bom e aprendizado à você e aos que me seguem ?

      Responder

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