Falar sobre liderança é algo que acontece há muito tempo, mas falar sobre Liderança Humanizada ainda é algo recente.
Afinal, o mercado está tomado de boas literaturas e bons palestrantes que disseminam a prática de influenciar pessoas, bem como engajá-las em prol de resultados, mas pouco se encontra sobre fazê-lo de forma humanizada, colocando o indivíduo em primeiro plano.
Por isso, apesar de todo esse movimento com a dita “liderança estratégica”, temos ouvido falar com mais frequência sobre a liderança humanizada, que nos presenteia com um estilo aprimorado para liderar, baseado no autoconhecimento.
Você quer entender mais sobre essa temática? Então vem comigo nessa leitura.
A importância do contexto para a Liderança Humanizada
É impossível falarmos sobre liderança sem considerarmos o seu contexto.
Peter Drucker, considerado o pai da gestão moderna, dizia que no século XXI haveria uma grande mudança e os líderes não estariam preparados para isso. Dito e feito: as transformações estão acontecendo e a maioria dos líderes não sabem como conduzi-las e/ou vivenciá-las.
Atualmente nossa liderança ainda é muito estratégica, apresentando-se de forma verticalizada, com média complexidade e com foco em resultados imediatos.
Uma liderança humanizada está pautada na horizontalidade, no desenvolvimento de líderes e liderados, em resultados sustentáveis e em uma maior complexidade.
Para os líderes, ter claro o nível de complexidade com o qual estamos lidando atualmente, é fator primordial para uma boa liderança, afinal de contas, vemos muitos líderes lidando com “questões” complexas de forma simplória.
Devemos lembrar e considerar também que vivemos em um mundo V.U.C.A, ou seja, um mundo que apresenta um contexto volátil, incerto, complexo e ambíguo e que nos exige adaptação ao novo em muitos momentos.
Estado de Flow e Ambientes Corporativos Humanizados
Estar em uma empresa que proporciona um ambiente humanizado é termos a possibilidade de sermos humanos e consequentemente colocarmos a nossa autenticidade em voga.
Ambientes corporativos humanizados lidam mais com sentimentos e emoções, incluindo as “ditas” negativas (tristeza, frustração, medo, etc.) como sendo ao natural ao ser humano e por isso, podendo ser acolhidas por líderes e liderados.
Empresas humanizadas lidam mais com pessoas e menos com super-heróis e isso é libertador. Aqui, não estou dizendo que os líderes não sejam pessoas fortes e corajosas, assumindo riscos e se posicionando em situações difíceis. Contudo, o que eu quero reforçar é que eles não precisam vestir suas capas de super-heróis e demonstrar uma força inabalável, quando estão fragilizados e precisando de apoio.
Empresa humanizadas são ambientes mais livres para sermos quem somos e isso nos traz maiores chances de vivenciarmos Estados de Flow.
O Flow é um estado que o ser humano vivência quando ele está diante de experiências em que seu nível de satisfação está alto por ele estar executando uma tarefa muito significativa e que tenha relação com aquilo que ele “nasceu” pra fazer.
Quando estamos em Flow, estamos em nosso melhor desempenho, o que nos gera um sentimento de satisfação incrível.
Líderes que conseguem olhar seus liderados como seres singulares e assim trabalhar com o que ele tem de melhor, são grandes incentivadores em promover experiências de flow. E sabe quais são os ganhos disso? Funcionários mais motivados, melhores entregas e ganhos financeiros positivos para o negócio.
O que é essencial para que a Liderança Humanizada aconteça?
A liderança humanizada parte do AUTOCONHECIMENTO. Esse olhar para si é extremamente importante para que se possa olhar para o outro.
Somos seres sociais e precisamos da relação com o outro para nos desenvolvermos e crescermos nos diversos campos de nossas vidas.
A altura da consciência do líder sobre si e consequentemente sobre o outro, é onde a equipe vai conseguir chegar.
Hoje em dia nós temos acesso a um celeiro de oportunidades para trabalharmos o nosso autoconhecimento, desde uma terapia, um processo de coaching até a aplicação e devolutiva de um bom assessment. Basta apenas QUERER.
Como o Brasil está posicionado em relação à Liderança Humanizada?
Enquanto na Europa e nos países nórdicos, temos um movimento bem intenso em direção à Liderança Humanizada, em termos de Brasil, estamos bem atrás nessa fila de humanização de nossas empresas/lideranças.
Entretanto, já vemos alguns líderes e empresas fazendo esse movimento, porém ainda temos muito o que evoluir e disseminar os ganhos desse novo estilo de gestão para que ele ganhe cada vez mais visibilidade no mercado empresarial.
Inclusive, em 2019, tivemos uma premiação em São Paulo das 22 empresas mais humanizadas do Brasil. O estudo teve como base três critérios: geração de valor financeiro, sustentabilidade e bem-estar social.
Conclusão
Mas, em resumo, quem é esse líder humanizado que se diferencia dos demais?
É alguém que tem claro o seu papel como desenvolvedor de talentos humanos, trazendo a tona o que cada um tem de melhor. Ele é também um formador de novos líderes.
É alguém que vai muito além dos resultados concretos, ele vai em busca dos resultados “humanos” de cada membro de sua equipe.
É alguém que pratica o autoconhecimento, expandindo sua consciência sobre si e sobre o outro, entendendo que o ser humano é singular e único com diferentes crenças, valores, experiências e vivências. Ele entende também que todas essas diferenças são riquezas que nos ajudam a evoluir como espécie humana.
E ah! Só lembrando: o líder humanizado tem um montão de qualidades, porém ele é humano e, assim como qualquer ser humano, apresenta limitações e dificuldades.
Forte abraço e até o próximo post!
